Antes de mais, existem bons e maus profissionais em ambas opções. Também há independentes com muita experiência e empresas que estão agora a dar os primeiros passos. E vice versa.
Para uma comparação minimamente justa, vamos assumir que o independente (freelancer) e a agência têm os mesmos anos de experiência, e ambos têm as competências para assumir o projecto. Com isso em mente, o que os difere?
Preço
O senso comum dita que irá pagar menos a um freelancer do que a uma equipa de profissionais. Os custos de ter uma empresa são maiores. Mas o custo/benefício dependerá também do volume e complexidade do trabalho. Em teoria, uma equipa poderá trabalhar as mesmas horas e produzir mais do que um freelancer. Essa eficácia acrescida, a longo prazo, rentabiliza o trabalho de uma equipa e poderá reflectir-se no orçamento.
Serviços prestados
Uma equipa tem, em conjunto, mais competências do que um só profissional. Um bom freelancer terá de se focar em determinadas áreas e não pode (nem quer) fazer de tudo. Talvez se especialize em determinadas funções ou se foque num nicho de mercado. Uma empresa terá um leque mais alargado de serviços complementares. Exemplo prático, eu não faço logótipos para os meus clientes. Prefiro direccionar esse trabalho para um profissional mais habilitado. Se tiver que o fazer, o cliente terá a perfeita noção que de que a solução é básica ou temporária, essa não é a minha área de especialidade. É uma postura perfeitamente razoável vinda de um freelancer. É expectável que, ao dirigir-se a uma empresa experiente, tenha à disposição um leque de soluções mais alargadas dentro da área da comunicação e design.
Flexibilidade
Flexibilidade horária poderá ser uma vantagem do freelancer. Talvez precise apenas de uma pequena alteração pontual no seu site. Um freelancer estará mais disponível e disposto para trabalhar à hora. Ele não está restrito ao horário de expediente de uma empresa nem às prioridades que lhe são impostas pelo patrão ou gestor do projecto. No entanto, não quer dizer que o freelancer esteja disponível 24h. Um freelancer disciplinado terá a sua rotina e forma de trabalhar. Além disso, um bom freelancer vai estar ocupado. Se tiver muito trabalho para ele, pode ser um desafio conciliar as agendas.
Flexibilidade também pode significar opções. Uma empresa com vários profissionais poderá oferecer mais sugestões, alternativas ou soluções criativas para problemas complexos. Um freelancer também pode fazer isso tudo, mas lá está … ele é só um. No entanto, por ser só um, ele mais facilmente consegue ser flexível ou adaptar-se às prioridades/necessidades do seu projecto.
Prazos
Cumprir os prazos é um dos pilares para um bom serviço. Quer seja um bom freelancer ou uma boa empresa, ambos vão esforçar-se bastante para cumprir os prazos delineados.
Objectivamente falando, é mais difícil para um freelancer garantir esses prazos. É só um a trabalhar e todo o trabalho é feito por ele. Tarefas muito simples podem ser comprometidas por imprevistos, e eles acontecem. Se um freelancer vai parar ao hospital, ou fica sem electricidade durante um par de horas, o problema é dele mas as consequências sobram para si. Por essa razão, é arriscado entregar um protejo urgente e de larga escala a um freelancer. Também acontecem muitos imprevistos numa empresa, mas é mais fácil pôr em prática um plano de contingência e acabar a tarefa a tempo com um esforço de equipa.
Entre um freelancer e uma agência, por norma, um freelancer dará prazos mais alargados para concluir a tarefa, porque tem consciência imprevistos. Não quer dizer necessariamente mais horas de trabalho, mas mais tempo até entregá-lo.
Se tiver urgência na entrega do trabalho, essa pressão e risco adicional poderá ser assumido tanto pelo freelancer como pela agência, mas deverá também aumentar os custos.
Comunicação
Sejam eles freelancers ou agências de publicidade, bons profissionais esforçam-se em comunicar consigo. Se escolher uma agência, provavelmente não vai lidar diretamente com o programador ou com o designer. Terá um intermediário entre si e a equipa, e uma das grandes prioridades dele é comunicar consigo, sendo prestável e proactivo.
Um freelancer não consegue exercer essa função a tempo inteiro. Pode ser um bom comunicador, muito acessível e prestativo mas tem de equilibrar esse lado com as suas restantes tarefas. Talvez ele tenha um horário específico para atender o telefone. Talvez prefira o e-mail e as videoconferências do que deslocações até ao cliente. Um bom freelancer precisa de ser objectivo e metódico no seu trabalho. Espera-se um atendimento mais personalizado de uma boa empresa, que pode dar um apoio mais constante e dedicado.
Por outro lado, ir directamente à fonte tem as suas vantagens. Não está a falar com um comercial, secretário, gestor ou outro intermediário. Tem um canal direto com o profissional, o mesmo que irá pegar no seu projecto. É meio caminho andado para um trabalho eficaz.
Independentemente da escolha, bons profissionais não vão ignora-lo ou esquecer-se de si.
——————-
Conclusão: Para os mais distraídos, eu sou um profissional independente. É natural que a minha opinião não seja tida como imparcial. Se não concorda ou gostaria de adicionar um ponto relevante, deixe um comentário. Em todo o caso, não será polémico dizer que um freelancer encaixa bem em pequenos e médios projectos enquanto uma agência consegue absorver melhor projectos de longa duração e de maior complexidade. Não é uma regra, mas faz sentido que seja assim.
Tudo o resto muito depende de si e do seu projecto. Qualquer uma das opções poderá resultar num bom trabalho, o caminho para chegar lá é que pode variar. Tente avaliar a opção mais compatível consigo. Se tem dúvidas, questione.
Quer opte por uma empresa ou por um freelancer, espero que consiga encontrar bons profissionais.